O que eu faço para mudar o mundo?

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Você pode ler essa crônica ouvindo: In the long run – Port Isla

Essa é uma postagem bastante pessoal. Não é um conto, ou texto, ou poesia… Mas com um significado que pode inspirar ou fazer alguma diferença no seu dia. Esse é o meu objetivo!

Na vida, todos temos aspirações, medos e uma motivação que nos faça seguir sempre em frente. Enfrentar dificuldades, compreender a si mesmo e ao seu próximo sempre se torna mais fácil quando você descobre a sua missão. E então, todos os acontecimentos do seu cotidiano começam a fazer sentido… Porque tudo vai de encontro com a sua missão de vida. Viver só por viver é chato demais, precisa haver um sonho. As pessoas podem ser classificadas em dois tipos: as que já descobriram sua missão, e as que ainda não. E tudo mudou quando eu descobri a minha.

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Dentre as coisas que a faculdade me trouxe, veio o estágio. Aceitei a proposta de fazer a assessoria de comunicação para uma feira de ciências, a FETEC MS. Como uma típica caloura, embarquei nessa com todo gás e empolgação. Mas eu mal sabia o que me esperava…

Um estágio comum exige 20 horas semanais. Mas a FETEC é a maior feira de ciências da região, que trabalha com um público enorme, além de diversas instituições. O evento acontece apenas uma vez por ano, mas durante ele, além da preparação, haviam projetos parceiros que aproximavam a escola básica do ensino superior. Eu tinha que trabalhar em todos esses eixos, e isso exigia muito mais que 20 horinhas.

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No início eu não sabia para que servia uma assessoria, para que deveríamos divulgar tanto a ciência, não entendia o propósito e a importância de todos aqueles projetos, e porque as pessoas se dedicavam tanto a isso se a educação brasileira já está em caos. O chefe era exigente demais. O trabalho era estressante demais. A responsabilidade era muita. Isso fazia eu me perguntar se aquilo valia a pena.

Mas em todo processo há um período de adaptação. E nesse período, descobri quão nobre era realizar esse trabalho de organizar uma feira de ciências. Descobri a diferença que isso fazia na vida de jovens que nunca tiveram uma oportunidade antes. Descobri que isso incentivava a ciência no meu estado, e que ajudava as comunidades dos alunos que faziam suas pesquisas. Viajei o estado dando palestras, perdi aulas e quando percebi, estava apaixonada pela FETEC.

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A universidade é ampla demais para passar toda a formação sentada em uma cadeira, sem usar do que você aprendeu para um bem comum, isso é muito egoísmo. E além do mais, descobrir minha missão me deixou madura, sábia e mais forte. Aprendi a valorizar meus estudos, a ter um olhar mais sensível para o outro e a ser uma incentivadora de pessoas, porque o mundo já tem críticos demais.

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O dinheiro e o reconhecimento foram consequência. Com o tempo, perdi toda a timidez, obtive o jogo de cintura de jornalistas graduados e passei a amar a FETEC. Tive de ser simpática o tempo todo mesmo dormindo três horas por dia, tive de abrir mão de vida social, de momentos de descanso e de me dedicar totalmente a faculdade. Mas tudo compensa quando você vê o sorriso de um aluno que vem do interior e esperou o ano inteiro por aquilo.

Trabalhar com educação é divino e eu faria isso pelo resto dos meus dias. Porque existe muita gente dedicada precisando de incentivo e existe uma sociedade precisando de informação. Ser uma ponte entre a ciência e a comunidade é minha missão.

E você, o que faz para mudar o mundo? Comente aqui embaixo e compartilhe sua experiência comigo! 🙂

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Blogueiras Sobreviventes: 6 coisas que me marcaram a infância

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Estou participando de uma blobagem coletiva com temas mensais, e o tema de outubro é: coisas que me marcaram a infância. Fui uma criança dos anos 2000, mas vivi parte da infância no litoral paranaense, onde não se tinha muito acesso a tecnologias, e aproveitava-se os dias tomando banho de mar e construindo castelos de areia. Porém, logo me mudei para cidades maiores e pude conhecer coisas de gosto “popular” da criançada. Agora, vou compartilhar com vocês minhas maiores recordações.

  • 1. High School Musical

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Com High School Musical eu aprendi o significado de ser fã de algo. De comprar CDS, assistir mil vezes ao mesmo filme até decorar todas as falas, saber todas as coreografias. Lembro-me que Sharpay Evans foi minha primeira referência, que eu repetia seus bordões no dia-a-dia e usava rosa o tempo todo, assim como ela. E isso era incrível! Afinal, nas brincadeiras, todas as garotas queriam “ser” a Gabriella, haha.

  • 2. Grupo Rouge

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Sempre que ouço falar nas velhas “Spice Girls brasileiras” me recordo de todos os recreios dançando com as amigas no pátio da escola. Das festinhas de aniversário, das noites do pijama onde na playlist só tocava Rouge. Eu acompanhava as meninas em todos os programas, e minha preferida era a Patrícia. O grupo acabou, mas até hoje me recordo das músicas (afinal, quem não se lembra de “nunca esqueço de onde vim, sei bem quem sou e aonde vou chegar”?).

  • 3. Gibis da Turma da Mônica

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Essa foi uma paixão que me acompanhou desde a metade da infância até o início da pré adolescência. Eu tinha caixas e caixas de gibis da turma da mônica, comprava todas as edições, realmente me empenhava em colecionar e cultivar as revistinhas e gastava meu dinheiro com isso. Aprendi a ler com ajuda dos quadrinhos, e só abandonei o “vício” quando troquei os gibis por revistas teens.

  • 4. Xuxa

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Sim, eu fui uma baixinha e assumo isso com orgulho. Afinal, quem não foi? Passava as manhãs em frente a televisão assistindo Xuxa no mundo da imaginação e tinha todas as edições de “Xuxa só para baixinhos”, que tocava insistentemente no videocassete de casa, para a infelicidade da minha mãe… E a minha felicidade! Haha.

  • 5. Castelo Rá-tim-bum

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Tinha um medo peculiar da música de abertura do programa, mas mesmo assim, assistia todo dia. Eu lembro que os episódios se repetiam, mas eu nunca me cansava. Hoje tenho uma visão política de que o Castelo Rá-tim-bum foi importante pra criançada da época, pela representatividade da cultura brasileira que trazia. Mas naquele período, aprendi muito (e me diverti muito, também!) com os episódios.

  • 6. Cartoon Network

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Há quem diga que depois dos anos 2000, o Cartoon Network nunca foi o mesmo. Eu não sei, mas recordo-me que durante a época em que assistia, era divertidíssimo! Passava horas em frente a TV assistindo “Meninas Superpoderosas”, “Mansão Foster para amigos imaginários”, “A turma do bairro”, “Dexter”, entre outros desenhos…  Os desenhos do Cartoon sempre tinham esse perfil de serem ligeiramente engraçados, e quem não teve TV a cabo durante a infância, com certeza acompanhou alguns por canais abertos.

Epifanias da viagem que mudou minha vida

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Felizmente, tenho a sorte da minha vida acadêmica e trabalho envolverem a coisa que mais gosto de fazer: viajar. Conhecer outras culturas, respirar ares diferentes e aquela gostosa sensação de liberdade me encantam. Fui convidada pelo ONG WCS (Wildlife Conservation Society – Associação de Conservação da Vida Selvagem) para cobrir e documentar em vídeo o trabalho do Instituto Quinta do Sol, um programa de realizado por biólogos que defendem o meio ambiente de Mato Grosso do Sul. De primeira, fiquei assustada com a responsabilidade que teria… Afinal, criar um vídeo institucional é tarefa para profissionais. Mas resolvi encarar o desafio! E isso gerou uma das maiores aventuras da minha vida. Acompanhem alguns dos momentos mais bacanas dessa experiência!


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O Instituto Quinta do Sol trabalha procurando formas de facilitar a vida dos pequenos e grandes fazendeiros do local, propondo estratégias práticas de aumentar a produção na agricultura e criação de animais. Além disso, cuida da preservação de alguns rios, fazendo medição e conscientizando a população. Também, faz captura de queixadas (porcos do mato) para supervisão, como um modo de estudá-los para preservação. O primeiro desafio para mim seria ficar alguns dias sem qualquer sinal. Parece bobo, mas teria que superar um vício idiota de checar o WhatsApp o tempo todo, logar no Facebook todos os dias e estar conectada com o mundo 24 horas por dia.

Fizemos visitação por algumas fazendas locais, e em conversa com os proprietários do lugar, conhecíamos mais de seu cotidiano. Até pasmar com algo: em determinada parte do estado, os agricultores são prejudicados pela falta de água. “Falta de água?” – Pensei comigo mesma. Talvez seja ignorância da minha parte, mas não imaginava seca em um estado tão rico em recursos naturais. As grandes extensões de terra escondiam detalhes que nunca tinha visto antes. Uma pequena flor, uma fruta peculiar… Tudo que sempre esteve perto de mim, mas eu não conhecia por morar na cidade.

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Fiquei alojada em um adorável quartinho chamado “João de Barro” (como podem ver na fotografia acima). Eu dormiria sozinha, e até então, não havia problemas nisso. Porém, quem me conhece sabe da minha fobia com trovões, raios e relâmpagos. Na segunda noite na estância, para o meu azar (ou sorte?), houve uma forte tempestade. Sempre tive reações quando me deparava com o meu maior medo, mas em todas elas estava acompanhada por gente que sabia da minha fobia. Pela primeira vez, eu estava completamente sozinha. Como parte do quarto era aberto, entrava água e havia intervenção das luzes dos relâmpagos. Não tinha possibilidade de sair do quarto para ir até os outros alojamentos, eu não podia contar com ninguém ali.

Fui obrigada a manter a calma e tomar o controle da situação. E nisso, notei que nós só somos realmente fortes quando essa é nossa única opção. Eu sempre me deixei levar pela minha fobia por nunca ter sido obrigada a enfrentá-la. Na manhã daquele dia, acordei com a mala encharcada, mas me sentia diferente. Um diferente bom, um diferente que me revigorava! Poderia dizer que fui dormir menina e acordei mulher… Autossuficiência é algo que não tem preço.

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Também fomos fazer armadilhas para caçar queixadas, e infelizmente não conseguimos encontrar nenhum durante o tempo que eu fiquei lá. Mas a parte mais gostosa para mim foi fazer medição de rios! Como a menor, mais nova, com menos peso e força física do grupo, imaginei que fosse difícil ir contra as correntezas. Que nada! A equipe era bastante unida, e no fim foi divertido… Aprendi que quando você passa pela correnteza dando risada, ela se torna mais leve. Perdão, mas era impossível não se sentir metafórico e reflexivo em um dos lugares mais lindos que já visitei.

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Além disso, visitei montanhas e sinais hieróglifos nas paredes das cavernas que entrei. Andei kilômetros na traseira da caminhonete e avistar aquelas paisagens de cima com vento batendo no rosto foi uma das melhores sensações que já experimentei!

Eu passei dias sem maquiagem e sem me importar se meus cachinhos estavam em seus devidos lugares. Eu sequer lembrava que tinha celular e responsabilidades fora dali. Aprendi a lavar roupa no tanque, nadei em cachoeira, provei bebidas novas, e conheci pessoas incríveis. Uma dupla de jornalistas cariocas que me ensinaram muito sobre a profissão, um grupo de estudantes de biologia que viajava longe a procura de anfíbios do cerrado, e cada uma daquelas pessoas tinha uma história diferente (onde levei um pouquinho de cada dentro de mim).

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Acima de tudo, aprendi que a vida é muito mais do que o que a gente vive e pode ver… Mas você nunca vai saber se não desafiar-se a coisas novas. Voltei para casa com marcas por todo o corpo, uma câmera cheia de fotografias e totalmente diferente do que fui, com uma nova perspectiva. Sair da minha casquinha e encarar outra realidade sozinha me fez amadurecer. Conhecer mais da minha própria cultura foi incrível. Descobri que viajar é o que eu quero pro meu futuro, mesmo que tenha que abrir mão de algumas coisas por isso. Com certeza, pretendo voltar na Quinta do Sol e reviver alguns desses momentos.

E recomendo a visita!

“Não adianta escrever meu nome numa pedra
Pois esta pedra em pó vai se transformar
Você não vê que a vida corre contra o tempo
Sou um castelo de areia na beira do mar

Eu não sou sua lição de vida!

Essa é uma crônica escrita sob encomenda. Após uma demanda de pessoas que acompanham meu arsenal de textos repetir “escreva sobre isso, escreva sobre isso…”. Nunca tive problemas em pôr minhas limitações em pauta, então vamos “escrever sobre isso”.

Dia desses, assistia uma palestra sobre ciência e pesquisa. Em meio seu discurso, o palestrante me puxou para o meio do palco e pediu a comunidade que assistia: “descrevam a Sarah“, como uma forma de exemplificar suas falas. Logo, ouvi em sequência: “baixinha”, “cabelo cacheado”, “cintura fina”, “olhos negros”, “lábios grossos”… Nenhum componente daquela plateia citou o óbvio, o que todos veem e sempre fixam o canto do olho por mais alguns segundos. A atividade foi interrompida pelo professor, que pronunciou: “gente, podem falar o que estão vendo!” Em uníssono, citaram minha deficiência física. Foi uma experiência divertida, mas me fez refletir sobre o modo como as pessoas me viam, como viam qualquer outro indivíduo com uma limitação física ou mental.

Ser deficiente física nunca foi uma barreira pra mim. Tive uma infância feliz nas praias do Paraná, estudei regularmente, curso a faculdade que sempre quis em uma instituição federal, cultivei amigos, entrei e saí de relacionamentos, vivi momentos de glória e dias escuros, também. Se foi difícil? É claro que foi… Mas não é fácil para ninguém.

Lembro-me de ser sempre a última a ser escolhida nos jogos da escola, lembro-me de milhares de desculpas esfarrapadas para que eu não participasse dos esportes, lembro-me de ser classificada como “café com leite”. Nos passeios escolares, ia sempre grudada na barra da saia das professoras. No colégio, cada passo meu era estritamente vigiado para não ocorresse nada de errado, para impedir que os “meninos grandes” chegassem perto de mim e fizessem alguma maldade por eu não ser como eles. Por muito tempo me impediram de crescer, e quando aconteceu… Foi de uma vez só! A vontade de descobrir o mundo era maior que qualquer dificuldade. E a cada pequena conquista, comemorava como alguém que achou ouro na rua. E então, amarrando cadarços, abrindo garrafas e fechando a fivela do cinto sozinha, desenvolvi um senso de independência que me assola até hoje. Ainda bem!

A sociedade tende a criar a imagem do perfeito deficiente, e me assusta a ideia de que existe um padrão até pra isso! O perfeito deficiente é aquele que reproduz a imagem de um exemplo a ser seguido, uma lição de vida. É aquele para qual as pessoas sem deficiência vão olhar e dizer “poxa, se você consegue fazer isso, eu também posso conseguir!”. O perfeito deficiente é pacífico, não fuma, não bebe, não sai para dançar quando a noite cai… E faz tudo isso como uma forma de valorizar sua vida. Mas, francamente? Nem eu, nem milhares de pessoas com deficiência por aí queremos ser seu instrumento de autoajuda. Eu não sou sua lição de vida! É uma honra inspirar pessoas todos os dias, mas não deve ser uma obrigação.

Já enfrentei olhares de reprovação ao encontrar conhecidos em festas, seguidos de frases como “você, por aqui?”. No meio acadêmico, frequentemente ouço “poxa, você fez isso?”. Ademais, e por mais dolorido que soe, ainda há o fardo da objetificação. De lidar com a curiosidade dos homens sobre “o que uma deficiente física pode fazer na cama?”, ou até mesmo “você é bonita, pena que…”. Acredite, a maior ausência de acessibilidade está na falta de educação das pessoas. O maior preconceito não é o que vêm em forma de expressão de ódio, mas de desdém.

E por último, sim, eu vivo uma vida plena e feliz. Luto diariamente ao lado de milhares de pessoas para ter meus direitos cumpridos, mas não sou obrigada a corresponder suas expectativas de ser seu exemplo de superação, não sou obrigada a compreender sua falta de informação. Cada ser humano é um universo, com suas limitações e gatilhos, e a verdadeira superação é uma batalha do cotidiano. Superar não é ser deficiente físico e seguir normalmente, superar, é suportar todos os obstáculos físicos e simbólicos com um sorriso no rosto.

18 coisas que aprendi em 18 primaveras

Assim que meu relógio marcou meia noite, notei que era 28 de agosto e consequentemente, que faltam apenas dois meses para chegar a maioridade. Para alguns, dois meses pode parecer muito, mas o que são dois meses se comparado à míseras 17 primaveras? Como listógrafa legítima, penso que listar todos os meus poucos, porém valiosos aprendizados durante todo esse tempo podem servir à você, leitor, de alguma coisa.

1. Não é o fim do mundo… Na verdade, é só o começo.

Na juventude, temos o (infeliz) costume de pensar que cada pequena poça que surge no caminho é o fim da estrada. Mas não, não é. A caminhada é muito mais extensa do que se pode imaginar, e sempre haverão barreiras maiores, que serão ultrapassadas da mesma forma. Nenhum problema é tão grande que você não possa lidar, mas para isso, é preciso autoafirmação e resiliência. Cabe a nós tomar impulso para atravessar certas coisas, e usar isso de gatilho quando seguir em frente.

2. Algumas pessoas vão embora… E isso vai doer.

É um triste fato, porém real. Nem todos os relacionamentos durarão por toda sua vida, francamente, a minoria deles irá. E a partida é algo por qual ninguém espera, não é um momento para se apreciar. Quando uma pessoa entra em nossas vidas, abrimos espaço para que ela fique, fazemos uma faxina para que se acomode e permaneça… Mas nem sempre é isso que acontece. Logo, sobrará um espaço vazio, antes ocupado pela presença do peregrino que bateu a porta, fez casa e partiu sem dar notícias. E isso dói, bastante. Mas, há más e boas notícias. A má é que isso acontecerá várias vezes, pois a vida é feita de idas e vindas… E a boa? É que a dor passa.

3. Seu maior inimigo é você mesmo.

Na mesma proporção que só você pode impulsionar a realização de seus objetivos, o mesmo pode ocorrer na destruição dos mesmos. Ter as melhores pessoas ao seu lado não é garantia de plenitude se você não acreditar em si. Você controla seus pensamentos e vibrações, e tudo o que acontece em volta será consequência disso. Portanto, faça um favor a si mesmo e não se boicote. Pois quando você passa a acreditar, as pessoas ao seu redor o acompanharão.

4. Intolerância é um atraso.

…E ninguém quer ser um atraso. Por isso, livre-se dos seus pré conceitos! Cada ser humano é um universo diferente, um complexo de deficiências e virtudes, e devemos respeitar o espaço do outro. Causar conflito entre universos só proporcionará feridas a ambos, e em nada acrescentará. O ser humano é repleto de convicções, e se agarra a elas de forma que prejudica o contato com o próximo, não seja mais um desses! Não permita que suas verdades pessoais atrapalhe a forma como vê outras pessoas, você tem muito a ganhar com uma mente aberta e disposta a conhecer a realidade alheia.

5. “Mentir para si mesmo é sempre a pior mentira…”

Parafraseando Renato Russo, trago o quarto conselho. Mentir para quem está a sua volta ainda é sórdido, mas mentir para si próprio consegue ser pior. Pois isso destrói um vínculo de autoconhecimento e autoconfiança, e o mundo exterior não merece que o sacrifício de quem você é. Isso é sério, e diz respeito ao seu caráter! Toda tentativa de negar sua verdadeira face resultará em coisas ruins mais pra frente. Portanto, mesmo com falhas e coisas que gostaria de mudar em sua personalidade, não finja ser algo que não faz seu perfil. Não finja para si e não finja para o mundo… Pois, como diz Lispector: “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”

6. Toda queda tem um significado.

Seja a consequência de um erro seu, ou um descuido de outra pessoa que te machucou. Toda queda tem sua entrelinha! E embora no momento seja dilacerante, o tempo cuidará de todos os resquícios, até que seja possível retirar uma lição. Tudo, exatamente tudo, torna-se aprendizado depois de um tempo. Por isso, arrependimentos são perda de tempo… Pois a experiência que lhe feriu no momento em que ocorreu, pode render um precioso ensinamento.

7. Ame-se para amar seu próximo.

Goste de si mesmo! Esse é o melhor caminho para se dar bem com outras pessoas. Ame cada centímetro seu, aprecie suas peculiaridades, namore suas imperfeições. Se você não se ama, não exerce a capacidade de disseminar amor. Repare, uma pessoa frustrada vive seus dias reclamando, incomodada com o seu próximo. Uma pessoa insegura, deseja constantemente explanar a raiva que carrega dentro de si para outras pessoas, apontando seus defeitos. Gente feliz e segura não precisa disso, não faz uso da ignorância e não guarda mágoa. E o princípio de tudo é o amor próximo.

8. Preservar o coração faz bem para a saúde.

Você vale muito, e seu coração também. Portanto, não implore por amor! Não existe destino ou divergência quando duas pessoas estão dispostas a lutarem uma pela outra, mesmo que isso custe muito esforço. Mas, é preciso estímulo mútuo, é uma corda a qual os dois lados precisam ser amparados. E se não existe empenho da outra parte, para que ir contra a maré? Valorize seu coração e não entregue-o para qualquer pessoa por carência ou necessidade de estar acompanhado, fuja de amores rasos.

9. Perdoar é fundamental.

Pode parecer difícil quando a carga de culpa da outra pessoa é grande, mas é primordial. Perdão liberta, deixa seu coração livre e não armazena sofrimentos na alma. Não há nada pior que remoer sentimentos ruins por uma pessoa, pode te impedir de progredir como ser humano e te prender ao passado. Cultive coisas novas, vivências boas. Tenha empatia e solidariedade, assuma que ninguém acerta sempre, inclusive você.

10. Valorize sua mãe.

Mesmo com conflitos de gerações, ideologias e costumes, nossos pais são de importância essencial, e é preciso dar valor a isso. Com o passar do tempo, eles deixam o papel de zeladores e tornam-se cada vez mais amigos… E os melhores amigos! Pois são aqueles que dizem o que não queremos ouvir, mesmo que doa, mesmo que não levemos em conta. São aqueles que estarão todas as vezes que quebrarmos a cara e precisarmos de um caminho para voltar, e são donos de uma sensibilidade inquestionável. Nossos pais são um ateliê de histórias e sabedorias, saiba aproveitar disso enquanto eles estiverem por perto.

11. Lute pelo que você acredita.

Mesmo que só faça sentido para você, mesmo que provoque chacota, mesmo que isso signifique algumas noites sem dormir. Se você dá crédito à si mesmo, os outros também darão. E se suas convicções forem diferentes das de todo o resto, acredite mais ainda. Todo grande movimento têm de ser começado por alguém, sem iniciativa não há progresso. Então, seja a iniciativa! Seja a mudança que você gostaria de ver no mundo, e envolva outras pessoas nisso.

12. Aceite a efemeridade.

Não tema em fazer promessas, criar crenças, jurar com força. Mas seu credo não garante a duração de nada. Pessoas são efêmeras, costumes são efêmeros, palavras ditas são efêmeras. O que lhe parece bom hoje pode lhe enojar amanhã, e vice-versa. É perigoso duvidar do tempo e seus efeitos. Mas também, não tema em mudar e contradizer seu eu do passado! Isso não é pecado, é condizente ao ser humano. Errado é se negar a mudar.

13. Tudo bem não ser perfeito.

Procurar ser melhor para si e para os outros é comum, mas, admitir que não é bom em tudo é nobre. Não é um problema não ser tão habilidoso quanto fulano em atividade X. É necessário conhecer-se, descobrir e explorar seus talentos para que sejam estimulados. Mas cobrar muito de si em algo que sabe não ser habilidoso só vai causar frustração.

14. Invista na sua vocação.

Invista tempo, capital financeiro, criatividade e esforço. Nem todos tem o privilégio de saber qual é sua vocação, se você tem, aproveite isso. Use para coisas boas, ganhe dinheiro e reconhecimento através disso. Pois nada melhor do que trabalhar e progredir em algo que gosta e sabe fazer. Talvez, topará com alguns “não’s” no caminho, e com isso, deve-se respirar fundo e trabalhar mais ainda. Pois quando você se esforça, o não vira sim.

15. Ser bem sucedido é questão de perspectiva.

O que é sucesso, afinal? A palavra pode sugerir significados diferentes para pessoas diferentes. Mas, no fim, é sobre a mesma coisa: sucesso é estar onde você deseja estar. Hoje, as pessoas tentam estipular que deve-se obter bem material X, graduação Y e emprego Z para ser pleno… Mas não, não é bem assim. Seu sucesso depende da sua perspectiva de vida, da sua visão de mundo, e não é errado ter uma visão diferente de outros indivíduos. Um jovem que vende bombons em uma praça pode ser tão bem sucedido quanto um empresário multimilionário, a partir de que os dois estiverem onde gostariam de estar.

16. As melhores coisas estão na simplicidade.

E você só perceberá isso quando encontrar essa simplicidade. Vemos pessoas buscando prazer de diversas formas, em cada beco e possibilidade, mesmo que custe muito. Porém, isso pode ser conseguido através de seu estado de espírito, e das pessoas que o cercam. A maior diversão é passar o tempo com pessoas que lhe querem bem e contemplar seus dias com a mente limpa, coração leve e alma tranquila. Não é preciso muito para ter plenitude… Na verdade, não é preciso quase nada.

17. O mundo dá inevitáveis voltas.

E não, isso não é um clichê. Pode soar como uma frase dita por muitos, mas há um motivo para isso, a verdade inquestionável que ela carrega. Se você fizer o bem, receberá o mesmo, e isso proporciona-se as más intenções. Sorte e destino são utopia, o que define sua vida são suas ações e pensamentos. Por isso, manter sua integridade mesmo em dias difíceis e confiar no tempo é primordial. Pois o mundo dá voltas, e tudo o que você fizer retornará para si de alguma forma.

18. Comece onde estiver, com o que tiver.

De nada serve traçar sonhos se não caminhar em direção deles. Para muitos, é mais prático esperar o momento certo para dar o primeiro passo. Entretanto, o momento certo é aquele em que você decide sair do comodismo e correr riscos. Independente do tamanho das suas metas, comece o mais cedo possível. Mesmo que não tenha conhecimento ou poder aquisitivo, mesmo que não saiba ao certo como chegar onde quer. Apenas comece! É dos pequenos gestos que são feitas as grandes conquistas.


Sarah Santos.